quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

BRASIL PAÍS DE MUITAS FACES

ARTE do Marcos Elias


        
Faces dos povos Indígenas que aqui vivem.
Faces de nossos irmãos tão discriminados
 Vergonhosamente ainda usurpados  em suas  terras
Perseguidos e assassinados, até quando?
Eles tem a cara do nosso povo.
Eles e nós  somos um,
Filhos do mesmo Deus,
 Da mesma terra.
Nem  melhores nem piores,
Apenas culturas diferentes que
devem ser respeitadas .

Diana Ramos


2 comentários:

  1. Índios
    Quando os portugueses desembarcaram em terras americanas no pedaço que acabou por se chamar Brasil, estima-se que existia em torno de seis milhões de aborígenes nestas paragens. Os silvícolas brasileiros estavam divididos em tribos, nominadas de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia). Claro que eles, os índios, não estavam nem aí para essa classificação, viviam de acordo com suas crenças, esperanças e necessidades, sendo a diferenciação idiomática um mero acidente cultural o qual os exploradores deram muita importância.
    Hoje esses pioneiros habitantes da Terrae brasilis não passam de duzentos mil, o que demonstra um terrível genocídio perpetrado pelos que vieram depois. Sei que genocídio, cuja definição é extermínio de grupos humanos pela violência, pode parecer palavra muito forte para explicar o que aconteceu com a maioria daqueles que aqui viviam. Mas lembremos que no mesmo período em a população local diminuiu os que colonizaram o país multiplicaram por milhões sua população. Então, embora não tenha havido um extermínio abrupto e drástico, foi uma ação contínua e persistente que levou os silvícolas à quase extinção. Somos todos agentes, passivos ou não, de ações que determinaram a não sobrevivência cultural, em primeiro lugar, e física em segundo, de povo pacífico que, por direito, deveria estar vivendo em suas terras. Os europeus que aqui chegaram, agindo com truculência, falta de humanidade e ganância, não viam seres humanos naquelas pessoas simplórias seminuas que os receberam até com calor e amizade. Os portugueses encetaram ações cruéis contra um povo que culturalmente era “inferior” aos colonizadores. Os portugueses iniciaram um processo de extinção que perdura até hoje na nossa sociedade supostamente civilizada. Somos todos culpados.
    Quem já andou pelas ruas de Manaus e cidades do interior da Amazônia, percebe que os nativos estão entre nós, houve forte miscigenação de colonizadores com as tribos locais. Os genes dos silvícolas fazem parte de nosso genoma. Eu mesmo tenho um avô Kaingangue e possíveis outros quatro ou cinco antepassados oriundos de aborígenes aqui do sul. A migração quase totalmente masculina dos primeiros portugueses que aportaram no Pindorama determinou os acasalamentos inter étnicos que resultaram nessa amálgama que quase todos os brasileiros somos agora. Menos mal, a cultura e a civilização nativa se foram, mas a herança genética ficou.

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  2. Continuação
    Imagino que num futuro distante, muito distante, quando a civilização, como a conhecemos, tiver chegado ao término – e esta é uma inferência a que podemos chegar simplesmente observando nosso comportamento atual - e novos valores tiverem que ser considerados, a vida natural em harmonia com tudo que nos cerca deverá se impor. O Homo sapiens “descobrirá” que a felicidade está ao seu lado, não nas grandes obras materiais; não no acúmulo de fortunas imensuráveis; não nas grandes conquistas territoriais; não nos grandes feitos da mente; não nas imensas viagens espaciais; não nas profundas explorações marítimas; não em alcançar uma longevidade duvidosa que onera mais que premia o existir com saúde; mas sim no ajuste perfeito e indolor do modus vivendi das sociedades com a natureza; com respeito e convivência pacífica com os animais, minerais e vegetais que partilham conosco este planetinha azul. Algo muito simples e bem acordo com o que os silvícolas já praticam há milhares de anos. E, quando isso acontecer, quando nossa civilização estiver evoluído até esse estágio, o homem terá alcançado a sabedoria suprema a qual tanto busca em suas indagações filosóficas e tanto define como expressão ideal de felicidade. A felicidade é aproveitar as coisas que a natureza nos dá de graça, é apreciar o belo e usufruir as alegrias e descobertas de coisas simples, quando o homem se der conta disso terá alcançado o éden na Terra. Amém.
    Em que pese a mídia fazer questão de enfocar apenas a comemoração do aniversário de Roberto Carlos em 19 de Abril, hoje é dia do índio. JAIR, Floripa, 19/04/12.

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